sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Bradesco e Itaú estão entre os maiores doadores para campanhas dos deputados eleitos

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Os bancos Bradesco e Itaú estão entre os maiores doadores para as campanhas dos candidatos à Câmara dos Deputados nas últimas eleições. Segundo matéria do jornal Valor Econômico, publicada na última sexta-feira (07/11), o Bradesco doou R$ 14,5 milhões, beneficiando 115 deputados, enquanto o Itaú doou R$ 5 milhões, beneficiando 83 deputados.
Os números revelam, mais uma vez, que o poderio econômico das grandes corporações é determinante para a eleição de parlamentares, geralmente, alinhados com seus interesses. O levantamento do Valor mostra que oito grupos econômicos irrigaram o caixa dos candidatos a deputados com R$ 162,6 milhões, elegendo bancadas maiores que as do PT e o PMDB. Esta é a primeira eleição em que a influência destas doações pode ser identificada com mais clareza. Em abril, o TSE aprovou mudança nas regras para tentar pôr um fim às doações ocultas.
Mais de 160 deputados eleitos receberam dinheiro da J&F, dona do frigorífico JBS. Foram R$ 57,6 milhões, que o tornou o maior doador da nova Câmara dos Deputados, segundo declararam as campanhas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A bancada financiada pela holding J&F é maior que a soma dos deputados eleitos em outubro do PT (70) e do PMDB (66).
Já o grupo Odebrecht, que atua nos ramos de infraestrutura, energia e agronegócio, distribuiu R$ 37,9 milhões e ajudou a eleger 141 deputados federais. Ainda elegeram mais deputados que o PT, além do Bradesco e Itaú Unibanco, as construtoras OAS e Queiroz Galvão; a Ambev, do ramo de bebidas; e a Vale, que atua em mineração e energia.
As construtoras Andrade Gutierrez, com R$ 10,8 milhões doados as campanhas de 67 deputados, e a UTC, com R$ 5,5 milhões para 58 parlamentares eleitos, também ficariam a frente dos maiores partidos, como o PSDB, que terá 54 deputados.
As doações dos grandes grupos econômicos nas eleições mostram a necessidade inadiável da reforma política. Para isso, os movimentos sociais estão em campanha em todo o país para coletar assinaturas de apoio a um projeto de iniciativa popular que trata desta reforma. A intenção é conseguir 1,5 milhão de assinaturas e, então, protocolar a proposta no Congresso Nacional.
Dentre os itens da reforma está o fim do financiamento de campanhas por empresas, considerado o problema estrutural mais grave entre os que afetam o processo democrático brasileiro. A ideia é instituir o chamado "financiamento democrático" como alternativa de condições iguais para todos os partidos. Os recursos para esse financiamento público viriam do Orçamento Geral da União, de dinheiro arrecadado com multas administrativas e penalidades eleitorais e doações de pessoas físicas.
Com informações do Valor Econômico via Feeb-Ba-Se

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