Completa-se nesta terça-feira, 1º de abril, 50 anos do golpe militar desfechado em 1964 contra o povo e a nação brasileira. Liderados por generais anticomunistas com forte apoio do imperialismo estadunidense, os golpistas derrubaram o governo democrático de João Goulart e instalaram no país um regime militar de viés fascista que condenou o país a 21 anos de obscurantismo, assassinatos e torturas.
Por Adílson Araújo*
É importante compreender que o golpe foi obra da classe dominante brasileira, ou seja, de grandes capitalistas aliados aos latifundiários e comandados pelo imperialismo, empenhados em impedir a concretização das reformas de base defendidas pelo governo Goulart, que incluíam a reforma agrária, tributária, educacional, administrativa e urbana.
A classe trabalhadora foi a principal vítima do golpe. Centenas de líderes operários foram perseguidos, cassados, presos, torturados e assassinados nos porões do regime. Os golpistas promoveram intervenções e invasões em milhares de sindicatos, extinguiram o direito à estabilidade no emprego a pedido do empresariado e das multinacionais e impuseram o arrocho dos salários.
Foi um ataque militar terrorista contra o povo e as organizações sociais. O golpe foi ostensivamente apoiado pelo empresariado, pela mídia golpista e pelo imperialismo, que não obstante, num ato de supremo cinismo, alegavam estar defendendo a democracia burguesa supostamente ameaçada pelo comunismo.
Com muita luta o povo brasileiro reconquistou a democracia. É preciso, porém, não esquecer as lições da história, especialmente agora num momento de crise do imperialismo em que a extrema direita, financiada pelos grandes capitalistas, ganha força em vários países e regiões do mundo.
A democracia depende da união e da força do povo e precisa ser aprofundada no Brasil. Ao lado das forças democráticas e progressistas do Brasil, a CTB defende a revisão da Lei da Anistia para que os autores dos horrendos crimes praticados durante a ditadura sejam identificados, responsabilizados e exemplarmente punidos, de forma a fortalecer a democracia brasileira e fechar as portas à extrema direita e a novas aventuras fascistas.
São Paulo, 31 de março de 2014
*Adílson Araújo é presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)
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