segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Camila Vallejo é eleita e comunistas ganham espaço no Chile

Reuters
Camila Vallejo contabiliza 43% de aprovação popular,
percentual que nenhum dirigente comunista
 havia alcançado depois da ditadura.

Camila Vallejo, ex-presidente da Federação de Estudantes do Chile (Fech), ficou conhecida mundialmente ao liderar manifestações no país em defesa de educação gratuita e de qualidade. Nas eleições celebradas ontem, domingo (17), a candidata à deputada pelo Partido Comunista foi votada para compor o Parlamento chileno.


Aos 25 anos, Camila levou 43,7% dos votos no populoso distrito de La Florida. "Quero agradecer a todos por tornarem possível este triunfo, que não foi só resultado do esforço e da luta de uma mulher, foi resultado da luta e trabalho de muitos companheiros que acreditaram que podemos mudar o Chile", disse ela após a vitória.

Camila sintetiza o presente e o futuro do Partido Comunista chileno. A ex-dirigente do movimento estudantil é tratada com carinho especial pelas lideranças da legenda comunista. Em agosto, sua popularidade já contabilizava 44% (percentual que nenhum dirigente comunista havia alcançado depois da ditadura), segundo uma matéria publicada pelo Opera Mundi. O resultado das eleições confirmou Camila como uma das cinco personalidades políticas mais bem avaliadas pela população chilena (a única que nunca ocupou um cargo público).

Há pouco mais de um mês, Camila deu à luz uma menina, fruto do relacionamento com o estudante cubano Julio Sarmiento. Mesmo grávida, a nova deputada chilena não deixou de frequentar as manifestações e encontros de organizações comunitárias, visitou feiras e comunidades mais carentes, durante a campanha.

Também pelo Partido Comunista, Karol Cariola, ex-líder da Federação de Estudantes da Universidade de Concepción, conseguiu votos para integrar o Parlamento, com 38% no distrito de Recoleta, ao sul de Santiago.

No total, quatro emblemáticos ex-líderes estudantis foram eleitos para o Parlamento chileno no pleito de domingo. Gabriel Boric, ex-presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile (sucesso de Camila no cargo) e Giorgio Jackson, presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, figuram entre os votados.

O novo cenário político chileno é reflexo de uma população cansada dos desmandos da direita, representada atualmente pelo presidente Sebastian Piñera. Neste ano em que o Chile completou 40 anos do golpe que depôs o socialista Salvador Allende e instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, a resposta e o reconhecimento da população não poderiam ser mais diretos.

Théa Rodrigues, da redação do Vermelho - com informações das agências de notícias

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