“A
emancipação dos trabalhadores será obra dos próprios trabalhadores” (Karl Marx)
Mesmo com toda a arrogância, ganância, intransigência e
desrespeito dos bancos.
Mesmo com todos os descabidos, ridículos, repugnantes,
absurdos e injustos interditos
proibitórios.
Mesmo com todas as incompreensões e dificuldades.
Mesmo com a
divisão do trabalho imposta pela administração patronal.
Mesmo com toda a
pressão, individualismo e falta de solidariedade.
A
gente vai levando. A gente vai levando. A gente vai levando essa chama!
Mesmo
com todo problema. Todo o sistema. Mesmo com todo bode, com todo clima.
A
gente vai levando. A gente vai levando. A gente vai levando essa rima.
Foram necessários 22 dias de greve para romper o sinistro
e irresponsável silêncio dos bancos que, finalmente resolveram, diante da maior
greve dos últimos vinte anos, que atingiu 54% da categoria bancária e chegou a
12.136 unidades, voltar à mesa de negociação.
Na Bahia o movimento chegou a paralisar 842 unidades. Nas
cidades da base do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região a paralisação
alcançou os inéditos 37 estabelecimentos bancários.
No dia 10 de outubro, após mais de 16 tensas horas de
negociação, afinal foi apresentada pela Fenaban uma proposta.
Longe da perfeição, mas que diante das dificuldades
conjunturais, foi o possível:
8% de reajuste salarial com 1,82% de ganho real
8,5% sobre o piso com 2,29% de aumento real e
10% na Participação nos Lucros e Resultados.
É bom registrar que os bancos chegaram a manifestar a
tese de que não concederiam reajuste real de salários com a desculpa de
incertezas no cenário econômico e redução da sua lucratividade. Foram vencidos.
Especial destaque cabe à quebra de paradigma em relação a
compensação dos dias de greve.
Os bancos insistiram no prazo de até 180 dias, o que foi
duramente rechaçado pelo Comando Nacional dos Bancários, que por fim arrancou a
vitoriosa e justa consigna de 1 hora para compensação até o dia 15 de dezembro,
o que reduz de até 168 para 39 horas a serem compensadas.
Um marco na história de luta da categoria.
Organizar,
mobilizar, lutar!
Só a unidade e a ação da categoria, consciente dos seus
direitos, pode conquistar melhores salários e condições dignas de trabalho.
Além
de muito mais que isso:
Deixar o exemplo aos demais trabalhadores e abrir as
portas ao censo crítico e a consciência de classe para si.
A greve é uma fonte de ensinamentos e reflexão para a
classe trabalhadora.
Expõe
os conflitos da relação capital/trabalho;
Questiona
os pilares da exploração capitalista;
Desnuda
o discurso patronal da colaboração de classes e,
Expõe
a luta dos trabalhadores aos agentes políticos e à opinião pública.
Nessa hora clarifica-se o conteúdo de classe dos partidos
políticos e do próprio estado de direito burguês.
Além de revelar o papel do judiciário e da polícia em
manter a supremacia dos interesses do empresariado.
Agradecemos a solidariedade prestada pela Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil através dos sindicatos dos servidores
municipais, trabalhadores na construção civil, comerciários, têxteis e calçadistas, agentes
comunitários de saúde e endemias, Sindicacau, trabalhadores rurais e dos
aposentados.
Gratos também aos
veículos de imprensa que cobriram o movimento de forma ética, imparcial e
transparente e a todos os cidadãos e clientes que entenderam e apoiaram a nossa
luta.
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