sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Encontro na Bahia avalia que democratização da mídia é urgente no país

É urgente promover a democratização dos meios de comunicação no país. Essa foi a opinião geral dos palestrantes durante o debate sobre Democratização da Mídia no Brasil, realizado na quarta-feira (14), no PAF V da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento contou com as presenças do editor do PortalVermelho, José Reinaldo, do professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Fernando Conceição, e do diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA, Messias Bandeira.


  
O evento contou com as presenças do editor do Portal Vermelho, José Reinaldo, do professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Fernando Conceição, e do diretor do Instituto de Humanidades, Artes e Ciências da UFBA, Messias Bandeira.


Durante o debate, o professor Messias Bandeira disse que os meios de comunicação cumprem um papel fundamental na sociedade por mediar o mundo da política, da ciência, da cultura e da esfera pública. “Enquanto mediadores, eles ganham uma posição de autonomia e também de alcance muito grande na sociedade. Os meios de comunicação precisam entender um pouco dessa responsabilidade social e da necessidade de um acesso amplo às pessoas também ao direito a comunicação.”

Nessa perspectiva, ele acredita ser adequado discutir a democratização das mídias, pois o histórico do Brasil nessa área não é exemplar do ponto de vista mundial. Messias declara ainda que todo profissional da área de comunicação deve perseguir a isenção da informação e a imparcialidade, mesmo com as dificuldades a serem enfrentadas.

Durante o debate José Reinaldo abordou a dimensão internacional da monopolização das mídias no sentido de demonstrar que o mundo enfrenta o problema do imperialismo estadunindense e os seus aliados, que monopolizam os meios de comunicação e realizam um ‘terrorismo midiático’. “Esse terrorismo consiste em utilizar os meios de comunicação para fazer pressão e chantagem com outros povos, com outros governos progressistas, contra forças revolucionárias e comunistas no mundo.”

Segundo ele, quando essas forças imperialistas querem agredir uma nação elas recorrem à mídia, que começa a demonizar aquele país e seu regime, além de justificar aos olhos da opinião pública a realização de uma guerra. “Isso é algo tão absurdo que a mídia chega ao ponto de conseguir naturalizar as guerras, transformar em algo natural. A luta da democratização não é só nossa. Ela tem relação com o processo de libertação nacional e social de todos os povos.”

Impor limites

Para o professor da Faculdade de Comunicação da UFBA, Fernando Conceição, o debate é importante, pois representa uma troca de ideias com outras duas pessoas que tem trabalhado com a questão da democratização da comunicação. Sobre o monopólio da comunicação nas mãos de alguns grupos, Conceição afirma que este é um fenômeno global, já que quando a comunicação se torna negócio, ela é apropriada por grupos e investidores.

“É preciso que cada estado-nação discuta limites para o grande poder que esses grupos de mídia no mundo adquiriram. Isso ocorre em qualquer país democrático; a possibilidade de impor limites. Acabamos de ver na Grã-Bretanha depois do escândalo envolvendo a News Corporation. O estado britânico criou uma comissão para tentar por limites aos abusos cometidos por esses grandes grupos sem que isso signifique censura”, pontuou Conceição. 

De Salvador - Ana Emília Ribeiro - Vermelho

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