sexta-feira, 5 de julho de 2013

Dilma: Não descansarei enquanto não atender tudo que é possível

No Centro de Convenções da Bahia, em Salvador, a presidenta Dilma Rousseff lançou o Plano Safra do Semiárido, voltado para os agricultores familiares, que convivem com a seca, e contarão com R$ 7 bilhões disponíveis em crédito para a agricultura da região. Serão R$ 4 bilhões para custeio e investimento, com taxas de juros de 1% a 3% ao ano para custeio, e 1% a 1,5% ao ano, para investimento. "Se gastarem os R$ 7 bilhões, terão mais", ressaltou a presidenta.

O Plano Safra Semiárido pretende garantir segurança produtiva, impulsionando sistemas de produção adaptados à realidade do clima da região. Será o primeiro plano safra voltado especificamente para a região do semiárido nordestino.

"É possível conviver com a seca. A seca não pode virar uma catástrofe e pode ser perfeitamente controlada", disse Dilma. "Pela primeira vez estamos fazendo um Plano Safra para a região. Este Plano vai garantir crédito para que os agricultores tenham recursos para investir. As retroescavadeiras, as motoniveladoras, os caminhões e a pá carregadeira têm função de dar apoio à produção e ao escoamento", acrescentou.

“Não tem nenhum obstáculo intransponível no Semiárido. Sabemos que tem culturas que podem ser desenvolvidas aqui e podemos fazer daqui uma importante região leiteira”, disse a presidenta. Ela acrescentou que, “assim como países desenvolvidos do norte do mundo vivem invernos extremos e não convivem com eles como catástrofes, não podemos aqui, no nosso país, deixar de ver que a seca pode ser perfeitamente controlada e podemos com ela conviver. Para isso, é preciso a determinação, a vontade política e a ação conjunta”.

A principal medida do plano é ampliar o crédito aos sertanejos e suspender as execuções das dívidas dos produtores da região até o fim de 2014. Também será concedido desconto de até 85% para a liquidação de operações de crédito contratadas até 2006 com recursos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) ou do Tesouro Nacional.
Dilma enfatizou o reconhecimento do governo federal em adotar medidas que ajudarão o sistemas produtivo. "Uma presidenta tem que escutar todas as vozes, inclusive as demandas dos produtores da região", enfatizou. "Aqui no Semiárido é possível sim ter uma produção que gere renda digna. É uma região que pode se tornar altamente competitiva", disse a presidenta.

O plano também apresenta estímulo à construção de silos para armazenagem de alimentos para que os pecuaristas possam alimentar seus rebanhos na época da seca. Ações de reforço à oferta de assistência técnica e extensão rural também foram apresentadas.O governo federal também entregou 323 máquinas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a 269 municípios baianos.

Política

A presidenta Dilma Rousseff defendeu mais uma vez a importância do plebiscito para a reforma política e afirmou que o momento traz uma oportunidade de transformação "acelerada" do país.

"Eu desejo que nós juntos sejamos capazes de estar à altura do desafio que nós temos pela frente, porque... nós temos uma oportunidade de transformar de forma acelerada o nosso país, é agora que nós temos de fazer", disse Dilma

A mandatária disse ainda que acredita na inteligência, sagacidade e esperteza do povo brasileiro para responder às perguntas de um plebiscito sobre a reforma política e decidir o melhor caminho para o país. Ela ressaltou que não duvida da capacidade da população de entender as questões. 

“O povo sempre mostrou, ao longo da história, que suas escolhas foram acertadas. Não acho que o povo não seja capaz de aprender porque as perguntas são complicadas”, disse.

Referindo-se às recentes manifestações populares ocorridas no país, que trouxeram demandas em áreas com saúde e educação, Dilma ressaltou estar orgulhosa do povo nas ruas e reafirmou ter ouvido claramente a voz das ruas, que pedia a ampliação de direitos. “Aqui as ruas falaram por mais direitos, e aqui quero dizer que esta presidenta ouviu claramente a voz das ruas, tanto porque essa voz é legitima, quanto porque temos uma democracia, e faz parte dela a luta por mais direitos.”

"Escutamos essas vozes, que soaram em todas as ruas. Elas devem nos orgulhar. Se nós compararmos nossas manifestações do Brasil com a de outros países, nós vamos ver que nós somos diferentes. Nós temos democracia e fomos capazes de ouvir as vozes das ruas", afirmou. 

Dilma também lembrou movimentos como o Occupy Wall Street, nos Estados Unidos, para diferenciar a situação do Brasil. "Não somos responsáveis pela maior crise financeira internacional desde 1929", afirmou.

Segundo Dilma, a maioria dos políticos de sua geração lutou pela redemocratização e é acostumada com os protestos.


"Eu sou de uma época em que havia uma imensa dificuldade de se expressar nas ruas. A grande maioria dos que estão aqui hoje e, que tem mais ou menos a minha idade, sabem que nós estamos falando. Lutamos pela redemocratização do nosso país. E sabemos que não é isso que está acontecendo nesse país", afirmou.

A presidenta falou ainda que o Brasil é uma democracia. "E faz parte da democracia a luta por mais direitos, principalmente porque sabemos que olhamos para a coisa mais importante no compromisso político: que é aqueles que mais precisam. Eu tenho de ouvir e me preocupar e de pensar com aqueles que mais sofrem e menos tem."
Dilma destacou ainda que esta é uma oportunidade de transformar o país de forma acelerada. “É agora que temos que fazer. Por isso, cada um de nós deve dar o melhor de si.”

Encaminhamentos 

Ainda no discurso em Salvador, a presidenta Dilma informou que irá anunciar na próxima semana, durante a 16ª Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, uma vertente do Programa Minha Casa, Minha Vida, voltada para as prefeituras. “Nós, a partir de agora, vamos ter uma política do Minha Casa, Minha Vida genérica para todas as prefeituras, inclusive para as pequenas.”

Da redação do Vermelho - com agências e blog do Planalto

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