sábado, 11 de maio de 2013

Jornais fazem cobertura tendenciosa da visita de Maduro ao Brasil


A visita estratégica do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, aos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) foi um passo importante na solidificação de sua liderança regional enquanto prepara o terreno para assumir, em junho, a presidência do bloco regional. Sua presença no Brasil na quinta-feira (9) para selar acordos, sobretudo na área agrícola e energética é emblemática. 

Por Vanessa Silva, para o Portal Vermelho


Roberto Stuckert Filho/PR
Maduro
Após declaração à imprensa, Maduro presenteia Dilma retrato do ex-presidente Hugo Chávez, no Palácio do Planalto
A liderança do Brasil na América do Sul é notória e mesmo a oposição venezuelana reconhece este fato e reverencia o “gigante do sul”. Tanto, que nas eleições que disputou com Hugo Chávez em outubro de 2012, Henrique Capriles, chegou a afirmar que tinha o apoio de Luiz Inácio Lula da Silva — que pouco tempo depois gravou um vídeo reiterando seu respaldo a Chávez — e afirmou que governaria como o ex-presidente brasileiro. A posição do Brasil de reconhecer, receber Maduro e firmar acordos com a nação caribenha é também um recado à oposição do país bem ao estilo Dilma: chega de espernear e vamostrabalhar

Nano protesto é destaque

Sem admitir a importância da reunião e dos acordos para ambas as nações, os jornais preferiram ressaltar aspectos curiosos da visita.

“Maduro é recebido com honras de Estado”, diz a reportagem de página inteira de O Globo, cujo título é: "Surdo às constestações". Para desqualificar o feito — manifestação da amizade e consolidação dos negócios que Venezuela e Brasil mantêm juntos — o jornal da família Marinho deu amplo destaque ao protesto realizado por cinco pessoas diante do Palácio do Planalto e à figura controversa de Capriles que, mesmo após o reconhecimento da lisura das eleições venezuelanas segue cantando fraude e pedindo novas eleições.

A abordagem do jornal Valor Econômico pode induzir o leitor ao erro ao afirmar que “Maduro foi obrigado a encarar (…) cartazes com os dizeres "Maduro, presidente ilegítimo", empunhados por um pequeno grupo de manifestantes - engrossado com uma delegação do Movimento dos Sem Terra, que os hostilizaram”. O leitor é levado a entender que o MST engrossou o caldo dos manifestantes contrários a Maduro quando, como esclarece o coordenador do movimento, João Pedro Stédile, “estávamos lá com manifestantes do MST para hostilizar os cinco manifestantes (nós contamos), que tinham a faixa contra o maduro”. 

Errata

Procurado pela assessoria do MST, o jornal Valor Econômico afirmou que publicará uma errata esclarecendo o episódio.


Fonte: Vermelho


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