sexta-feira, 31 de maio de 2013

Capriles na Colômbia é parte de conspiração, diz Venezuela

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, aceitou receber em seu país, na quarta-feira (29) o candidato derrotado nas eleições venezuelanas de 14 de abril e governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles Radonski. A ação gerou um conflito diplomático com o governo venezuelano que vê na ação uma afronta direta, pois passado mais de um mês das eleições, Capriles não reconheceu o resultado das mesmas.



Venezuela alerta para deterioração das relações com
 a Colômbia após o presidente Santos ter recebido Henrique Capriles em Bogotá
Henrique Capriles está sendo investigado na Venezuela por ter instigado a violência pós-eleitoral de 14 de abril, responsável pela morte de 11 pessoas e ferimentos em mais de uma centena.

Acompanhe o especial do Vermelho sobre as Eleições na Venezuela

Como resposta à atitude do colombiano, Caracas anunciou que até mesmo a participação nos Diálogos de Paz mantido entre o governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em Havana, Cuba, poderá ser revista diante do que considerou uma afronta.

Capriles iniciou, em Bogotá, uma viagem pela América Latina em busca de apoio ao seu questionamento com relação à auditoria das eleições, que ele sustenta terem sido fraudadas, mas que o processo de auditagem, em andamento, reafirmou 100% de infalibilidade do resultado. De acordo com o ex-candidato, a conversa com Santos versou sobre economia, questões internas da Venezuela, segurança e o processo de paz com as Farc.

Por sua vez, o chanceler Elías Jaua, falando em nome do governo e da Força Armada, classificou o encontro de lamentável e denunciou que, “em Bogotá se trama contra a Venezuela”. E anunciou que o presidente Nicolás Maduro ordenou o retorno a Caracas do embaixador Roy Chaderton, representante venezuelano nos Diálogos de Paz.

Protesto na Praça Bolívar, em Bogotá. Foto: El Tiempo

"O recebimento de uma pessoa que desconhece as instituições venezuelanas e convocou abertamente a violência no dia 15 de abril é um mal sinal e, de alguma maneira, revela o que muitas vezes repetimos: que havia uma conspiração contra a Venezuela a partir de Bogotá. Não queríamos acreditar que esta conspiração alcançava os altos poderes do Estado colombiano. Temos que alertar os povos da América Latina e do Caribe diante da nova escalada de agressões contra a Venezuela e contra um governo que fez os maiores esforços para alcançar a paz em nosso país irmaõ", acrescentou Jaua.

O presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, também se pronunciou e classificou o gesto do presidente Santos como “uma agressão” a seu país. Para ele, o encontro consiste numa cortina de fumaça para encobrir os supostos encontros de Capriles com o ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, a quem descreveu como “nefasto para o continente”. 

“A Colômbia deve esclarecer se o governo está [ao lado] das intenções golpistas de Capriles, ou com o povo da Venezuela e com o governo legítimo, soberano e constitucional do companheiro Nicolás Maduro”, disse Cabello à AVN. “O presidente Santos está pondo uma bomba no trem das boas relações que tanto pediu o presidente Chávez. Ele está recebendo um assassino, um fascista lá no seu palácio”, acrescentou.

Protestos contra Capriles


Protestos contra Capriles. Foto: Últimas Notícias

A visita de Capriles foi alvo de protesto do movimento Poder Cidadão na Colômbia, com ampla participação de setores sindicais, universitários e acadêmicos, foi fundado pela ex-senadora Piedad Córdoba em 2005.

Com cartazes acusando Capriles Radonski de assassino, numerosas pessoas, entre elas venezuelanas radicados na Colômbia expressaram seu decontentamento com a visita do governador de Miranda.

Resposta da Colômbia

A chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, afirmou, nesta quarta (29), que estas questões diplomáticas serão tratadas diretamente por Santos e Maduro, sem a intermediação da imprensa. 

Mais imagens do protesto:



Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva

Nenhum comentário:

Postar um comentário