sábado, 16 de fevereiro de 2013

Blog do Gusmão homenageia Eduardo Anunciação


EDUARDO ANUNCIAÇÃO CONTRARIOU BORGES

Direto do Blog do Gusmão

O escritor argentino, Jorge Luiz Borges, afirmou que os jornalistas escrevem para o esquecimento. Borges associou o exercício da profissão ao dia-a-dia descartado na data posterior.

O estilo de Eduardo Anunciação contrariou o escritor e eternizou o jornalista.

O “Planeta Cacau” perdeu hoje o Jornalista Eduardo Anunciação.

O velório será na câmara de vereadores de Itabuna, onde Eduardo foi parlamentar nos anos 60.

No dia 13 de junho de 2010, publicamos essa homenagem ao amigo “Duda”, como um reconhecimento à sua amizade e ao seu amor pelo jornalismo.

Eduardo Anunciação foi o maior incentivador deste blog. Sentiremos muito a sua falta. 

A nossa admiração por ele foi ousadamente resumida no texto abaixo. O amigo Duda respondeu com o comentário que pode ser lido depois do nosso texto.

Eduardo Anunciação.
Eduardo Anunciação (29/11/1945 a 15/02/2013).

O MESTRE EM SEU RITUAL

Este homem é jornalista, essencialmente jornalista.

Seus textos e sua coluna (quase diária) fluem através de um ritual peculiar, propiciado pelo reconhecimento conquistado e por um estilo único.

Ele escreve com o auxílio de uma régua, ele manuscreve mesmo tendo máquina de escrever e computador. Sua métrica é capaz de levar políticos à loucura, sua construção leva vereadores à tribuna do desespero, deputados à plenaria dos lamentos, etc e etc.

Nele, a criticidade está sempre presente, com rigor, respeito e perspicácia, afinal, eis um jornalista, eis um instrumento da liberdade de expressão.

Seus elogios agraciam e enobrecem, seduzem aqueles anteriormente criticados. A corda da liberdade lhe impôs processos judiciais, calúnias e até mesmo infâmias, mas, ele passa longe disso, não demonstra rancor, não suporta mágoas.

Todos os dias, nesta mesa, quase sempre forrada com uma toalha vermelha (tapete vermelho?) ele escreve a história grapiúna, sentado na mesma cadeira, carinhosamente recebido por um grande amigo de “priscas eras”.

Não vou revelar o local, para que não façam romarias, para que não interropam demasiadamente a sua criação.

Este homem é jornalista, essencialmente jornalista. Um homem de erros e virtudes como outro qualquer, porém, um jornalista, um grande jornalista (de estilo e texto) meu amigo e companheiro, conselheiro e mestre.

Comentário de Anunciação.

Emílio Gusmão, meu mais velho e novo amigo. Vou descobrindo com serenidade que a felicidade, a paz não está em ser senhor de fazendas, terras nem numa luxuosa casa, num carro ou ter vacas, ter bois. Está dentro de nós, na amizade, nos amigos, sobretudo, na capacidade de resistir, conversar, debater, aprender. Ninguém é nada sem o companheirismo, sem amizades, sem amigos. Isto não é uma filosofia brasileira nem filosofia chinesa. É o meu sentimento, é o que sinto. Não preciso escrever mais: fiquei comovido com o seu depoimento.

Do amigo atento, Eduardo Anunciação.

Neste junho de 2010. Ilhéus.

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