sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

"Na AL ficou claro que a batalha contra o neoliberalismo venceu"


O secretário geral da Associação Latino-americana de Integração (Aladi), Carlos Alvarez, disse nesta quinta-feira (24) que a Celac deve ser consolidada como mecanismo que dê envergadura, profundidade e densidade política à Ideia de América Latina.


Ainda que a ideia esteja consolidada como referente cultural e em certa medida também econômica, agregou, "não está ainda [consolidada] como ator, como sujeito", devido a uma grande diversidade e pluralidade de sub-regiões.

Essa presença da América Latina é fundamental para dar maior protagonismo ao que é o Sul e constitui uma mudança na geografia do poder no mundo, sublinhou, em entrevista exclusiva à Prensa Latina.

Álvarez, que viajará a Santiago do Chile para assistir à Primeira Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), disse que "o que está em jogo é que a América Latina será um dos grandes protagonistas internacionais".

O também ex-vice-presidente argentino, à frente da Aladi desde 2011, também foi presidente da Comissão de Representantes Permanentes do Mercado Comum do Sul (Mercosul), ambos mecanismos com sede em Montevidéu.

Com respeito à integração regional, Álvarez indicou que a América Latina construiu um mapa com instituições de diferentes níveis e funções, que deveriam ser a base sobre a qual a Celac se apoia.

Além da Aladi e do Mercosul, citou a União de Nações Sul-americanas (Unasul), o Sistema Econômico Latino-americano (Sela), a Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), o Sistema de Integração Centro-americana (Sica) e a Comunidade Caribenha (Caricom), entre outros.

Em sua opinião, esse trabalho de coordenação dependerá da capacidade e da vontade política dos países e da direção que emergir do desempenho da Celac, atualmente com Cuba à frente de sua presidência pró tempore.

Celac

"Os países da região devemos nos sentir motivados a dedicar mais esforço à tarefa de coordenação dos organismos, porque isso dará mais força à Celac. A 'Agenda Celac' tem que conviver com cada organismo. Temos que incorporá-la a cada um deles", sublinhou.

Propôs que um funcionário público de cada organismo se encarregasse de coordenar as políticas vinculadas à Celac, dependendo das linhas estratégicas de sua presidência pró tempore.

Depois de descrever como único o momento que vive a região, explicou que, "pelo menos, é o melhor momento que eu conheci".

Argumentou que a América Latina é onde ficou mais claro que foi vitoriosa, em termos políticos e culturais, a batalha contra uma visão neoconservadora e neoliberal de desenvolvimento.

"Hoje é um projeto vigoroso e aos países da região lhes convém se comprometer mais com a América Latina", prosseguiu.

Afirmou, também, que em todos os governos da região está proposta a redistribuição da riqueza, o combate à pobreza e a indigência e tentam construir sociedades mais justas e equitativas.

"Mesmo aqueles governos que surgiram da perspectiva de centro e centro-direita assumiram um compromisso muito forte com esta problemática", assegurou, e sustentou que "isso significa um avanço forte do campo progressista".

Aqueles que subestimavam a América Latina como um conjunto de países cujo desenvolvimento social era inviável, insistiu Álvarez, hoje veem a potencialidade deste continente.

Não obstante, lembrou que a Celac, "lenta, mas gradualmente, deveria instalar em sua agenda o tema do combate à desigualdade, drama com o qual continuamos convivendo, para conseguir sociedades mais justas".

Fonte: Prensa Latina via Vermelho

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