sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Mais respeito com os bancários, Felipão


Causou grande constrangimento e revolta entre toda a categoria bancária, em particular os funcionários do BB, a infeliz e inconsequente declaração do novo técnico da Seleção Brasileira, Luiz Felipe Scolari, “Felipão”. Ao anunciar o ritmo de trabalho a adotar no time, afirmou, em uma espécie de alerta para os jogadores a serem convocados, que “quem não quiser pressão vá trabalhar no Banco do Brasil, onde a pessoa se senta e não precisa fazer nada”.
O fato gerou protestos e revolta em todo o país, não apenas dos bancários e do BB, mas de outras categorias trabalhadoras, que manifestaram solidariedade. Notas públicas de repúdio foram divulgadas pelo Sindicato dos Bancários da Bahia, Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e Banco do Brasil.
Nos textos de todas as notas públicas, argumentos em comum. A cobrança de respeito aos funcionários e ao BB, a denúncia do desconhecimento por Felipão da realidade vivida pelos trabalhadores do sistema financeiro e os votos de que o novo treinador seja bem mais feliz no comando da Seleção Brasileira do que na avaliação do desempenho profissional dos funcionários do BB.
O mais grave é que a declaração de Luiz Felipe Scolari acontece justamente em um momento quando os funcionários do BB enfrentam uma dura disputa com a direção do banco, que ameaça suspender férias, folgas e abonos para forçá-los a compensar os dias parados na greve da campanha salarial deste ano.


Nota de repúdio

O Sindicato dos Bancários repudia o lamentável comentário do técnico da Seleção Brasileira de Futebol, Luiz Felipe Scolari, que em sua primeira entrevista coletiva, no dia 29 de novembro, disse que “se o jogador não quiser pressão, vai trabalhar no Banco do Brasil”. Além de desrespeitosa, a declaração revela um despreparo inaceitável para alguém que volta a ocupar um dos cargos em que o povo brasileiro deposita grande confiança.
Scolari revela ainda ignorância no que se refere à realidade vivida pelos bancários, que enfrentam assédio moral e retaliações por conta da recente campanha salarial. Além disso desprestigia uma das maiores instituições nacionais – o Banco do Brasil -, que é talvez o maior patrocinador do esporte no País. Nos últimos anos, o vôlei do Brasil, patrocinado pelo banco, acumula nada menos que quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas (duas no masculino e duas no feminino).

Euclides Fagundes Neves
Presidente

Fonte: O Bancário

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