quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Vamos fazer valer a Lei Sena de tempo nas filas dos bancos

Por Ricardo Carvalho*

Aqui em Itabuna, desde 1999 existe a Lei 1.790/99 que fixa em 20 minutos a espera para o atendimento nas filas dos bancos. Todos nós sabemos que os bancos não têm responsabilidade social e por isso não cumprem a legislação referente às filas. Enganam com cadeiras, sofás, mas o tempo de espera continua se tornando um sacrifício para os clientes e usuários dos serviços bancários. O que os bancos querem é empurrar os clientes para "se virarem" nos salões de auto-atendimento, que na maioria das vezes nem funcionários/estagiários/terceirizados existem para ajudá-los nas transações financeiras.

Para se ter uma ideia da falta de responsabilidade social, os bancos  agora nem autorizam mais a entrada de clientes nas agências. Todos os dias nos deparamos com filas quilométricas fora das agências e sempre um funcionário/estagiário/terceirizado à frente da fila realizando a famigerada "triagem", ou seja, o cliente passa por um verdadeiro interrogatório na frente de estranhos para depois ter autorização ou não para adentrar a agência. Isso é um absurdo e precisa ser denunciado em todo o Brasil.

Na semana passada, a Caixa Econômica Federal foi condenada a pagar R$ 1 mil de indenização a um cliente que conseguiu provar que esperou cerca de quatro horas para ser atendido aqui em Itabuna. 
Esta semana no Santander, clientes bastante cansados tiveram de esperar o atendimento sentados no chão.


Ainda nesta semana a 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que condenou o Banco do Brasil (BB) a pagar indenização de R$ 3 mil por manter uma mulher na fila sem atendimento nem acesso a sanitários por mais de uma hora, em agência no Mato Grosso. Para os ministros, o caso não se confunde com o mero aborrecimento nem se vincula a leis locais que impõem limites para o tempo de espera.
A mulher alegou que estava com a saúde debilitada, mas mesmo assim foi mantida em condições “desumanas”, pois ficou em pé no local, onde não havia sequer sanitário disponível para os clientes.

Falar a verdade é necessário: a culpa dos abusos dos bancos muitas vezes é do próprio cliente e usuário pois sabem da existência da legislação e preferem ficar calados sem tomar nenhuma providência em relação ao fato. 

O Sindicato sempre alerta para a necessidade do cliente pegar a senha de atendimento, anotar o horário de chegada ao banco e no momento do atendimento. De posse disso, procure alguma testemunha e se dirija ao PROCON local e faça a denúncia. mas parece que tal ação dá um trabalho danado, ninguém faz. 

A legislação por si só não funciona. Temos o dever de interferir e fazer valer a Lei Sena, que aliás é de autoria do ex-vereador e diretor do Sindicato dos Bancários de Itabuna, Luís Sena.

* Ricardo Carvalho é bancário do Itaú e diretor da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe

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