quarta-feira, 5 de setembro de 2012

05/9 – Dia da Amazônia: a floresta pede passagem




Hoje, no Dia da Amazônia, a comemoração exige uma parcela gigante de reflexão sobre os rumos do bioma


Com um tamanho de 6,7 milhões de hectares e a maior biodiversidade do mundo, a Amazônia está em nove países da América do Sul. A maior floresta tropical do mundo, que todo dia 5 de setembro recebe uma homenagem especial, é responsável não só por ser o habitat de milhões de espécies da fauna e flora, mas também por ser o abrigo e a fonte de sobrevivência de milhares de pessoas.
Dona de rios, animais e plantas, o bioma apontado por muitos como o “pulmão do planeta” está pedindo ajuda. Se há 40 anos as notícias sobre o ambiente amazônico eram de harmonia entre a floresta e o homem, hoje o bioma é mais lembrado pelo desmatamento (veja notícia de hoje no Pará, só para comprovar) e pelas recentes hidrelétricas lá construídas.
Não tem como pensar em Brasil sem lembrar-se da Amazônia. O bioma que cobre boa parte do Norte e Centro do País é motivo de orgulho dos brasileiros, que sabem que têm o privilégio de contar com uma rica variedade de plantas e animais em um só lugar. Terra de muitos indígenas e de vários heróis, como Chico Mendes, a Amazônia é também a fonte de subsistência de muitos brasileiros, que dependem dos recursos da floresta para o sustento e sobrevivência.
Entretanto, o orgulho dos brasileiros está ficando para trás diante da quantidade de crimes ambientais que afetaram a floresta nesses últimos anos. Calcula-se que 18% do bioma já foi perdido só na “desculpa” de que o País precisa de desenvolvimento. O problema não é a retirada e o uso de recursos para o crescimento da nação, mas a depredação de áreas produtivas e essenciais sem qualquer consentimento dos moradores do local e sem nenhuma política de compensação ambiental. Por mais que os atuais dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontem que o desmatamento na Amazônia foi reduzido em 17% no último ano, ainda estamos longe de dizer que ele não existe.
Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a Amazônia é o lar de 2,5 milhões de espécies de insetos, 2,2 mil peixes, 1,3 mil aves, 427 mamíferos, 428 anfíbios, 378 répteis e mais de 30 mil plantas. Porém, esses números, ao invés de aumentarem com novas descobertas, vêm diminuindo a cada ano com a extinção de algumas espécies. Cerca de 4 mil espécies já estão ameaçadas na região, algumas imponentes, como a onça-pintada (Panthera onca), o maior felino das Américas. E toda essa ameaça de extinção deve-se não só à caça legal, mas principalmente à perda de habitat.
Mesmo diante de todos esses números negativos, ainda existe esperança de conservação da Amazônia. Estima-se que pelo menos 40 ONGs atuem no local, levando educação ambiental, fiscalização e denúncias de maus-tratos com o bioma. Outras organizações de apoio estatal, como o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) investem em pesquisas e material humano, na busca de conscientizar as pessoas de que a Amazônia é um bem da humanidade e não uma área de destruição.
O Dia da Amazônia é sim para lembrar de toda biodiversidade presente na região, mas também é um dia de conscientização. Um dia de se pensar que a floresta pode valer muito mais em pé do que derrubada. De se lembrar de que o homem não é o centro da terra, mas sim uma pequena parte dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário