sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Grapiunas Ilustres...


VALDELICE PINHEIRO - 
Poetisa 

Valdelice Soares Pinheiro nasceu em Itabuna, a 24 de janeiro de 1929. Filha de prestigiada família de desbravadores, estudou o primário em Ilhéus, em colégios como Nossa Senhora da Piedade e Colégio Municipal de Ilhéus. Licenciou-se em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Foi diretora da Faculdade de Filosofia de Itabuna (antiga FAFI) e lecionou Estética e Ontologia na UESC - Universidade Estadual Santa Cruz. Como poetisa, publicou dois livros: "De Dentro de Mim" e "Pacto". Mas possui uma significativa obra inédita, poética e filosófica, prevista para futura publicação póstuma pela UESC. 

Sua poesia de traço intimista, filosófico e humanista mostra uma sensível preocupação com a natureza humana e as causas universalistas, tocada, principalmente, para a transformação dos valores, para a fraternidade e para uma visão reflexiva do mundo contemporâneo. Sensibilismo agudo expressado em conformidade com um lirismo leve e harmonioso, a poesia de Valdelice Pinheiro é dotada de questionamentos e indagações que fazem do seu processo criador um conjunto equilibrado entre poesia e ação, verso e matéria cotidiana, atestando, assim, o cunho filosófico que se molda na visão crítica do mundo e num sensível espírito que toma a poesia como causa maior que gesta o verso em cada respiração. 

      Faleceu em Itabuna, no dia 29 de agosto de 1993, deixando em todos que admiravam a sua obra o vazio da saudade de uma poetisa que fez dos seus versos a síntese do universo em que seus olhos de filósofa viam


MONÓLOGO DA BOMBA 
Quero que seque
a flor do trópico
em minhas mãos.

Quero que morra
entre meus dedos
o azul de todos os espaços.

Quero que murche
dentro de meu peito
o sorriso branco
de todos os homens.


ECOLOGIA 
Eu queria dormir
dentro 
das árvores
e sonhar os seus sonhos,
viver os seus amores.

Eu queria morar
dentro
das árvores e viver a justiça
de suas raízes.

Eu queria morrer
dentro
das árvores
e participar da glória
de renascer no chão,
como semente. 


Fonte: http://www.itabuna-ba.com.br

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