terça-feira, 30 de outubro de 2012

Compra de votos: atentado à democracia


Por Jorge Barbosa*

Passadas as eleições, está na hora de avaliarmos o processo e buscarmos o aprimoramento da nossa jovem democracia. Vamos enfrentar de frente as despesas de campanha, que precisam  de limitação, sob o risco da total subversão da opinião do eleitor através da compra de votos, de forma indireta ou direta.
Indiretamente, compra-se a opinião do eleitor através dos velhos procedimentos assistencialistas e clientelistas, onde a ausência do Estado ou a má utilização da máquina pública leva a políticos inescrupulosos usar dos serviços públicos para garantir privilégios, principalmente nos serviços de saúde. Outra prática indireta é o tráfico de influências, onde a administração pública é direcionada aos cabos eleitorais e a contratação de fornecedores e construtores vira moeda de troca.
Diretamente, é a criminosa e vergonhosa compra de votos, onde prepostos dos candidatos  partem para as periferias a fim de negociar  o valor do voto, mediante o preenchimento de listas com o nome, número do título e a seção eleitoral. Aqui em Itabuna, segundo o comentado, o voto foi pago na média de R$ 50 a cem reais. Contudo, houve quem tenha pago a cento e cinquenta reais e também foi criada a “bolsa voto” , onde os beneficiários teriam recebido R$ 50 por mês ou por semana no compromisso de votar para o devido candidato.
Isso tudo nos remete para a discussão do financiamento público de campanha e da investigação e punição severa de tais meliantes, uma vez que todo o processo eleitoral está em risco de cair mesmo até nas mãos do crime organizado, que não teria limites.
Continuo a dizer que é muito estranho que se gaste em uma campanha eleitoral, um investimento de alto risco, valores superiores aos proventos que serão recebidos em quatro anos de mandato. Vamos enfrentar este desafio!

*Jorge Barbosa é presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna

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