quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

CTB realiza plenária no primeiro dia do Fórum Social Mundial

A plenária estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), com o tema “Os desafios dos trabalhadores diante da Crise e da Ofensiva Neoliberal”, foi uma das atividades realizada no primeiro dia do Fórum Social Mundial, que completa 15 anos. A atividade aconteceu no auditório da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) e reuniu aproximadamente 250 participantes, entre lideranças e parlamentares vindo de vários estados do Brasil. 


CTB
Adilson Araújo discursa na plenária no primeiro dia do Fórum Social em Porto AlegreAdilson Araújo discursa na plenária no primeiro dia do Fórum Social em Porto Alegre
A mesa presidida pela secretária-geral da CTB-RS, Eremi Melo, contou com personalidades de peso do movimento sindical que contribuíram para um debate enriquecedor. O primeiro a falar foi o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, que ao saudar o público, afirmou a importância do Fórum.
“O Fórum Social Mundial cumpriu um papel estratégico no momento de sua criação em que o neoliberalismo se apresentava como uma ideologia única. Conseguimos, naquela época, mostrar que outro mundo era possível. A partir de então, iniciou-se um ciclo de governos democráticos que enfrentaram essa tese do neoliberalismo e conquistamos muitos avanços sociais e econômicos. Não podemos perder essas conquistas que atingimos. Esse é o debate que a CTB busca fazer nessa plenária”, declarou Vidor.
Ele destacou a importância da troca de ideias para solidificar opiniões para enfrentar o ano que promete ser de grandes batalhas. “A CTB tem um papel fundamental para que possamos de fato construir vitórias para a classe trabalhadora e sociedade brasileira. Desejo um Fórum com bons debates para que possamos avançar nas conquistas dos trabalhadores brasileiros que são quem realmente produzem a riqueza do nosso país. A CTB acredita que outro mundo é possível”, defendeu Vidor.

Reflexões
Também compondo a mesa, o vice-presidente nacional da CTB, Vicente Selistre, afirmou que o desafio é grande e o debate é extremamente importante para que se possa enfrentá-lo. “O Fórum é o momento ideal de fazermos grandes reflexões”, disse.
O vice-presidente da CTB-RS, Sérgio de Miranda, também diretor da Fetag, falou em nome da federação sobre a alegria de acolher diversas categorias e pessoas vindas de muitos estados, no auditório da entidade.
Miranda também aproveitou a oportunidade para trazer alguns questionamentos à tona. “Desde que o Fórum foi criado vivemos grandes avanços, mas também nos deparamos com algumas tentativas de retrocessos. Trabalhadores do campo e da cidade estão indispostos com a atual Câmara dos Deputados e Senado, conservadores ao extremo. O debate sobre reforma agrária saiu da pauta de discussões do Congresso e quando mostrado em reportagens é retratado de forma negativa. Precisamos retomar essas discussões. 2016 será um ano de muita luta, em que devemos garantir que ninguém mexa nos direitos dos trabalhadores”, ratificou.
A integrante do Coletivo de Mulheres da CTB-RS e presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Silvana Conti, defendeu que a questão central do Fórum é como elaborar a luta contra o imperialismo. “Nós, da classe trabalhadora, temos o objetivo central de fazermos a luta de classe, mas cada um tem as suas especificidades, então essa reunião de homens e mulheres vindos de várias partes do mundo traz um elemento essencial para a discussão proposta no Fórum. Parece que os golpistas estão adormecidos, mas engana-se quem pensa assim. Precisamos seguir lutando pela democracia e legitimando a presidente mulher que temos. Não podemos permitir nenhum retrocesso e devemos seguir em busca da igualdade de gêneros”.
Também participaram da plenária, o secretário de relações internacionais da CTB, Divanilton Pereira, e um convidado internacional da Federação Sindical Mundial, vindo do Uruguai, Eduardo Burgos.

Protagonismo dos trabalhadores

O presidente nacional da CTB, Adílson Araújo, veio a Porto Alegre especialmente para participar do Fórum. Na plenária, contou para os participantes sobre a decisão tomada pela diretoria de participar do evento.

“Iniciamos um diálogo interno na CTB e percebemos que seria muito importante participar desse momento ímpar. O mundo reclama de uma grave crise internacional e com o agravamento dessa crise compete à classe trabalhadora enfrentar esse quadro. Nunca foi tão importante fazer uma análise de conjuntura e tirar conclusões”, afirmou.
Araújo falou sobre passado e presente do movimento sindical. “Conseguimos sobreviver ao ano passado cheio de cachorros loucos. O quadro é bastante adverso. Precisamos de fato analisar com mais propriedade os elementos que se apresentam e que tem relação direta com a crise do capitalismo. É nossa obrigação apontar qual será o caminho que os trabalhadores devem seguir nessa ofensiva do neoliberalismo.”
O sindicalista defendeu a adoção de uma agenda positiva que é a retomada do desenvolvimento. “A classe trabalhadora precisa de conhecimento e rebeldia. Se dependermos da agenda do Cunha perderemos esse ciclo virtuoso que possibilitou que criássemos esse movimento de valorização do salário mínimo nacional. Mesmo com todo esse conservadorismo, o Governo encerrou o ano aprovando um reajuste para o salário mínimo nacional acima da inflação”, relembrou.
“Diante do fator crise, precisamos resistir. Esse Fórum é um elemento importante, mas ele não pode mais se limitar a contestar o problema. Hoje, é necessário saber qual o caminho. A América Latina está sofrendo um cerco total. É ingenuidade achar que todos os problemas do Brasil são em consequência apenas de erros da presidenta Dilma. A orientação neoliberal é quebrar a esquerda brasileira e junto o movimento sindical, por isso, precisamos nos encorajar”, defendeu Adílson.
Impasse no piso do RS

O presidente nacional da CTB também criticou o governador Sartori pela indefinição sobre o reajuste do piso regional para este ano. “No ano passado, conseguimos consagrar uma política de valorização do mínimo regional que ficou 30% acima do salário mínimo nacional e como é que esse governo de hoje nos trata? Reivindicamos 11,55% e o que nos é oferecido pelos empresários fica bem abaixo da inflação. Vamos lutar pelo reajuste digno aos trabalhadores gaúchos. O Brasil sobreviverá se fizermos a opção de lutar contra o golpismo e pela democracia, com o intuito de salvaguardar os reais interesses da nação que passa sobretudo pela manutenção do mandato da presidente Dilma Rousseff”, finalizou.

Fonte: Portal CTB via  Vermelho

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