“Pense, coma, poupe” é o tema de 2013 para
o Dia Mundial do Meio Ambiente. Devemos também pensar e poupar nossa natureza
diante dos sérios problemas. Hoje, dia do meio ambiente e da ecologia, temos
pouco a comemorar. As questões ligadas à preservação da natureza e
conquista por melhores condições de conforto e bem-estar mobiliza um pequeno
número de cidadãos, nem sempre bem aceitos socialmente. O que deveria ser bandeira
de todos motiva poucos, recebem muitas vezes a alcunha de militantes ou de
“ecochatos”.
Dado ao quadro dominante de desperdício e
de desinteresse popular, a Fundação SOS Mata Atlântica elaborou uma campanha
com a sigla QSD, que significa “Que se dane”. Com essa expressão, a campanha
publicitária compromete toda a sociedade mostrando que os problemas ambientais
não são exclusividade de um pequeno número de defensores da natureza e da vida
no planeta. Explora o tema e culpa o cidadão comum pela falta de empenho face a
um problema que atinge a todos, indistintamente.
Para os defensores do “Que se dane”, pouco
importa a ocupação das bordas do Parque do Cocó, o desmatamento florestal, a
destruição da mata atlântica, rios e ribeirões sendo poluídos.
O que seria do mundo sem os movimentos
sociais voltados para o meio ambiente e a ecologia? Não fora a ação desses
movimentos, o planeta já teria se danado. Neste 5 de junho e todos os dias,
temos a obrigação de firmar posição, lutar mesmo sabendo que poucos se
incomodam com a fome, destruição da natureza e com o comprometimento das
condições de vida.
É lamentável chegar ao Dia do Meio Ambiente
e ouvir vários políticos defendendo a natureza em discursos exaltados, outros
incentivando grupos a recolher alimentos para as vítimas da seca.
Medidas socioeducativas são bem-vindas;
entretanto, todo dia é dia do meio ambiente. O 5 de junho é só uma data
comemorativa. As pessoas comem, clamam por políticas públicas de inclusão
social de longo prazo todos os dias.
Me dano muito com a insensatez e o
descompromisso. Tomara que eu esteja enganado e que, daqui pra frente, as
coisas fiquem diferentes!
Texto de José Borzacchiello da Silva, Geógrafo e professor da UFC,
com adaptações. Fonte: www.opovo.com.br
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