O descaso do novo ministro da saúde, Ricardo Barros (PP-PR), com os milhões de brasileiros atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) inflamou movimentos em defesa da saúde pública reunidos nesta quarta-feira (18) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Haverá mobilização nacional para denunciar o golpe contra o sistema, o que significa acabar com a assistência à saúde gratuita oferecida a todos os brasileiros, especialmente aos mais pobres
Por Railídia Carvalho .
As palavras de Ricardo Barros fizeram dele inimigo número 1 dos defensores do direito à saúde universal, gratuita, integral, com igualdade, pública e com controle social. Pressionado, ele tentou corrigir as declarações, sem eco nos movimentos, que crescem em focos instantâneos de revolta, em amplos setores, a cada ação dizimadora do governo golpista.
Nesta quinta-feira (19) os movimentos devem se manifestar durante encontro no centro de exposições Center Norte, em São Paulo, em que está prevista a presença do ministro. O Senado Federal convocou Barros para dar esclarecimentos naquela casa sobre as declarações relacionadas ao SUS. Nesta quarta-feira (18), o ministro cancelou participação em audiência na Câmara dos Deputados. Na ocasião, movimentos sociais protestavam contra os planos da pasta para o SUS.
Ataque à constituição de 88
Ele participou do ato na Alesp que foi uma iniciativa conjunta do CNS, Fórum Suprapartidário em Defesa do SUS e da Seguridade Social, Plenárias Municipal e Estadual de Saúde (SP) e Conselhos Municipal e Estadual de Saúde (SP).
Diálogo com o povo
Na opinião de Ronald, a mobilização e a capacidade política do movimento social dialogar com o povo é que fortalecerá a defesa do SUS. “Precisamos falar com o povo nos diferentes espaços. Vai ser uma oportunidade ímpar de dialogar com o povo a partir da realidade concreta dele que é a assistência social, a saúde e previdência”, defendeu o dirigente.
Estender a luta para o povo é fundamental para o conselheiro de saúde da cidade de São Paulo, Francisco Freitas. Recém-eleito coordenador da comissão política de saúde do conselho da capital paulista, ele lembrou que o movimento para desmoralizar o SUS e depois desmantelar vai crescer.
“Há um movimento que já vinha e que busca a privatização da saúde. É preciso estender a luta para o povo nos bairros, sindicatos, feiras. É preciso também fazer com que os movimentos sociais se unifiquem para combater essa política nefasta”, defendeu Freitas.
Ministro dos planos de saúde
Ricardo Barros é velho conhecido dos planos de saúde, que financiaram as campanhas dele para deputado. Não é de se estranhar, portanto, as declarações do ministro. “Quanto mais gente puder ter planos, melhor, porque vai ter atendimento patrocinado por eles mesmos, o que alivia o custo do governo em sustentar essa questão”, disse o ministro.
Para a conselheira de saúde e dirigente estadual da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Ana Rosa, as declarações do ministro são uma resposta à perda dos contratos pelas operadoras de planos de saúde em 2016, quando 600 mil pessoas deixaram os planos de saúde.
“O SUS é o plano de saúde de todo brasileiro e estrangeiro que esteja no Brasil. Temos que ir às ruas protestar e trazer a força do povo e dos trabalhadores para evitar retrocessos”, enfatizou.
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Do Portal Vermelho
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