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terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Preconceito no mercado de trabalho joga transexuais na rua da amargura

O Dia Nacional da Visibilidade Trans foi criado em 29 de janeiro de 2004, quando ativistas lançaram no Congresso a primeira campanha contra a transfobia. Desde então esse dia faz parte do calendário de suas vidas.
“É uma data muito importante porque os homens e as mulheres transexuais sofrem as maiores violências em todos os sentidos, tanto física quanto psicologicamente, sem que boa parte da sociedade reflita sobre esse ódio”, diz Silvana Brazeiro Conti, da Liga Brasileira de Lésbicas.
Segundo Silvana, “o mercado de trabalho é muito cruel com as pessoas transexuais, obrigando-as a submeterem-se a trabalhos sem carteira assinada, muitas vezes insalubres, chegando inclusive à prostituição, sem perspectiva de escolha”.
“Na maior parte de nosso país não há política pública voltada a essa população. Poucos entendem se tratar de uma questão de gênero, e que essa discriminação é baseada no machismo que condena o masculino que “quer ser” feminino, ou vice-versa. Resultado disso é que, segundo pesquisas, dentro dos segmentos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), os que mais sofrem violência são os segmentos de travestis e transexuais”, afirma texto do Conselho Nacional de Combate à Discriminação e Promoção dos Direitos de LGBT.
“O problema”, diz Silvana, “é que existe um grande preconceito na sociedade, que considera apenas a condição de como as pessoas nasceram biologicamente, sem se importar com a maneira que elas se sentem efetivamente”.
“Travestis, transexuais e transgêneros são, hoje, no Brasil, homens e mulheres sem selo de qualidade, sem o carimbo dos oficiais competentes. Pessoas clandestinas. Mas ser homem ou ser mulher é um atributo “determinável por inspeção”?, diz a assistente social Fátima Teles.
Silvana acentua a importância das políticas públicas desenvolvidas pelos Ministérios da Educação e Saúde dando perspectivas de identidade aos transexuais. “As pessoas devem ter o direito de se identificar com o gênero que não corresponde ao seu próprio corpo”.
“Devem ter respeitado o direito ao nome que acredita representar o seu ser, sem sofrer discriminação e humilhação”, afirma. “A questão do nome é fundamental para o fortalecimento dessa identidade”.
Em São Paulo
A prefeitura de São Paulo conta com dois programas modelo para a questão. O Transcidadania, que é um “programa de resgate social, promoção da cidadania e reinserção de travestis e transexuais ao ensino fundamental e médio e a cursos profissionalizantes”, explica a secretária municipal de Políticas para as Mulheres, Denise Motta Dau.
E o Centro de Cidadania LGBT, “que oferece atendimento psicológico, jurídico, social e, na área de saúde, entre outros, serviço gratuito de terapia hormonal nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs)”, complementa.
Iniciativas como essas ajudam a melhorar a vida dessas pessoas porque “é imprescindível a efetivação da criminalização da homofobia, da transfobia, da lesbofobia para que a população Trans ligada a população LGBTT (lésbicas, gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) possa viver em paz e livres sem medo”, reforça Fátima.
Fonte: Portal CTB

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