Agência Senado O presidente da comissão, Paulo Paim (PT-RS), em sua fala de abertura lamentou o apoio de alguns sindicalistas ao projeto aprovado pela Câmara. |
"A Lei Áurea, a terceirização e o combate ao trabalho escravo" foi tema de audiência pública na quinta-feira (14) na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, reunindo parlamentares e sindicalistas em torno da discussão do projeto de lei que regulamenta a terceirização. O presidente da comissão, Paulo Paim (PT-RS), na fala de abertura, lamentou que alguns setores ligados ao sindicalismo apoiem o projeto aprovado pela Câmara, que libera a terceirização para as atividades-fim das empresas.
“Estamos esperando que vocês reflitam melhor sobre a posição que tomaram, estamos aguardando por vocês. Quem tem compromisso com a classe trabalhadora não apoia esse projeto”, disse o senador em referência velada a posição da Força Sindical.
Durante o evento, ele recebeu da representante do Fórum Nacional em Defesa dos Trabalhadores, Magda Biavaschi, uma proposta de substitutivo para o projeto de lei. A proposta do Fórum, segundo relatou Magda, proíbe a locação da mão de obra e veda a adoção da prática nas atividades-fim.
O texto também determina a igualdade de direitos entre trabalhadores formais e terceirizados dentro de uma empresa; estabelece que a representação sindical dos terceirizados se dará pelo sindicato preponderante; e determina a responsabilidade solidária entre empresas contratantes e contratadas.
Críticas
O presidente do Senado, senador Renan Calheiros, ao participar de audiência pública, disse que a regulamentação da terceirização deve alcançar apenas os trabalhadores que já são terceirizados.
“Nosso papel aqui será regulamentar a terceirização pra quem já é terceirizado. Não vamos transformar os outros 40 milhões de trabalhadores em terceirizados também, não podemos praticar o "liberou-geral" para as atividades-fim”, defendeu o senador.
Renan lembrou que a Casa realizará na próxima terça-feira (19) uma sessão temática sobre a proposta em Plenário, aberta para a participação da sociedade civil. E anunciou que esta será a postura do Senado durante toda a tramitação da matéria. “Precisamos tirar a terceirização da zona cinzenta em que se encontra, mas sem revogar direitos”, afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) propôs que o Senado se torne "uma trincheira" contra a proposta. E chamou de "pelegas" as centrais sindicais que apoiam o projeto como ele veio da Câmara. “Não passarão. É uma mentira, uma falácia dizer que o texto atual cria direitos”, criticou.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, engrossou o coro das críticas contra o projeto. “O texto inteiro é uma catástrofe para a classe trabalhadora. Nem o regime militar tentou revogar a CLT, que é o que este projeto faz na prática.”
Do Portal Vermelho - De Brasília, com Agência Senado
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