O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quer acelerar a abertura da capital
da Caixa Econômica Federal (CEF). O Ministério da Fazenda avalia que é possível
concluir o processo ainda neste ano. O dinheiro levantando com a operação
ajudaria a reforçar as contas governo neste ano, num momento em que a equipe
econômica enfrenta dificuldade ainda maior para cumprir a meta de superávit
primário fixada para este ano em R$ 66,3 bilhões, equivalente a 1,2% do Produto
Interno Bruto (PIB).
O Tesouro Nacional tem 100% do capital do banco. Depois desse início de
ano difícil por conta do impacto da operação Lava-Jato, que investiga corrupção
na Petrobras, a avaliação é de que o cenário vai desanuviar a partir do segundo
semestre com os primeiros resultados do trabalho de ajuste e busca de confiança
tocado por Levy.
Outra possibilidade considerada pelo governo é “fatiar” a oferta
inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) do banco estatal, segundo fontes da
equipe econômica. Neste caso, uma das áreas avaliadas é a de seguros. Fontes na
Fazenda ressaltam o sucesso da abertura de capital da BB Seguridade. Feito em
abril de 2013, o IPO da BB Seguridade arrecadou R$ 11,5 bilhões - o maior
volume atingido por uma empresa brasileira desde 2009. A ideia é repetir esse
mesmo sucesso com a Caixa Seguradora, união entre a Caixa e a francesa CNP
Assurances.
Loterias
A área de loterias também é considerada atraente para ser vendida
separadamente. O próprio banco estatal encomendou estudos internacionais de viabilidade
desse projeto. Mas há uma questão: para repassar os jogos lotéricos à
iniciativa privada é preciso alterar a legislação, o que depende do Congresso
Nacional. No banco, uma corrente majoritária defende a abertura de capital de
forma unificada. A vantagem, neste caso, seria a atratividade da primeira
oferta. “O que certamente dá para fazer é avançar bastante no processo a ponto
de torná-lo irreversível para 2016”, disse uma fonte.
Governança
Joaquim Levy tem interesse não apenas no reforço do caixa, mas na
melhora da governança do banco estatal, o que contribuiria para a estratégia da
atual política econômica de menor ingerência política nos bancos públicos e
mais transparência. Aliado a isso, o governo fechou o caixa do Tesouro Nacional
e não deve injetar mais recursos públicos nas instituições financeiras.
O IPO reforçaria as contas do governo e é considerada estratégica como
fonte de recursos do banco para manter a concessões de empréstimos e
financiamentos. No mercado, a operação é vista como positiva, mas de execução
difícil, principalmente em um ano de dificuldades e de desdobramentos da
Lava-Jato.
BANCÁRIOS LUTARÃO CONTRA
O IPO da da Caixa deve ser acelerado pelo governo. No entanto, a
mobilização e a pressão dos trabalhadores bancários e dos sindicatos em defesa
da Caixa Econômica 100% pública só tende a aumentar a partir de agora. Já no
último sábado (7), quando foi realizado a Lavagem do Beco do Fuxico, o bloco
Mendigos de Gravata, organizado pelo Sindicato dos Bancários, bradou contra esta
nefasta proposta do governo Dilma Rousseff.
Segundo Jorge Barbosa, a Caixa é uma empresa 100% pública e deve
continuar assim. Os bancários não deixarão essa absurda medida passar.
“Se o governo quer fazer caixa que taxe as grandes fortunas e combata eficazmente
a corrupção. Não venha fazer os trabalhadores pagar a conta da crise”,
alfinetou.
DIA 27 TEM PROTESTO
Os empregados da Caixa e o Sindicato da Bahia e de Itabuna, voltam a
manifestar insatisfação com a tentativa de abrir o capital da instituição financeira.
Em 27 de fevereiro, realizam manifestações em todo o Estado.
*Seeb Itabuna - Com
informações Diário do Nordeste
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