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domingo, 1 de dezembro de 2013

CTB quer pressionar governo por mudanças


DivulgaçãoAdilson diz que a visão conservadora prevalece no núcleo do governo federal

À frente da presidência da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) desde em agosto, o bancário Adilson Araújo, de 43 anos, diz que a palavra de ordem para 2014 é pôr pressão sobre o governo na defesa de questões trabalhistas, como o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho e a ratificação da Convenção 158, a determinação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) que disciplina demissões sem justa causa.

DIÁRIO: A pauta comum de reivindicações das centrais está praticamente parada. O que atrapalha?
ADILSON ARAÚJO: A agenda da classe trabalhadora é fruto de uma ação nacional, de 1 de julho de 2010. De lá para cá, procuramos dar repercussão a essa pauta, mas a impressão que temos é de que a pauta dos empresários é que vem ganhando maior celeridade, haja vista a desoneração da folha de pagamento e a redução de IPI da linha branca, dos automóveis. O fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, a regulamentação da Convenção 158, toda a discussão desses pontos está parada.

Mas o que leva a essa paralisia?
Vem prevalecendo uma visão conservadora no núcleo do governo federal. O governo se sujeita ao mercado, quando deveria se aproximar da classe trabalhadora. Para o Brasil avançar, precisamos romper os gargalos, como acelerar obras de infraestrutura, colocar os ministérios para trabalhar. Se não, vamos ficar patinando. O governo precisa ouvir as centrais sindicais, os trabalhadores querem uma fatia maior do bolo do desenvolvimento da nação. Queremos mais desenvolvimento e menos juros. O clamor das ruas é por mais investimentos em habitação, transporte público, saúde, segurança pública.

Quais devem ser as principais reivindicações dos trabalhadores?
Precisamos priorizar três questões. Com o aumento da produtividade, você encontra as condições para reduzir a jornada de trabalho e criar três milhões de empregos. A segunda parte é o fator previdenciário. Você trabalha demais e, na hora em que precisa se aposentar, tem redução salarial. E isso num momento que temos uma política de valorização do salário mínimo, sem valorização da aposentadoria. Ou seja, nivela-se por baixo, já que as aposentadorias vão perdendo poder de compra com o tempo. O outro ponto é a ratificação da Convenção 158, para reduzir a rotatividade de mão de obra.

É possível ter esses pontos atendidos em 2014, ano de eleições?
O ano eleitoral traz esses elementos para o centro do debate. Defendemos, com as outras centrais, uma plenária para discutir essas questões e apresentar uma política de desenvolvimento para o país. A palavra de ordem para 2014 é botar pressão sobre o governo.

Como foram as negociações salariais dos sindicatos da CTB neste ano?
Mesmo com as dificuldades nas negociações, mais de 90% dos sindicatos conseguiram ganho real de salário. Também conseguimos manter a política de valorização do salário mínimo. Este foi um ano bom, que garantiu a saúde dos movimentos sociais.

Em 2014, a CTB deve tomar posição em relação às eleições presidenciais?
Não. Mas queremos evitar retrocessos. Só não descartamos assumir um posicionamento se acharmos que é preciso declarar apoio a uma candidatura que assuma compromisso pelas mudanças desejadas.

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